sábado, 1 de setembro de 2012

Honesto ao extremo

Dizem os historiadores, que nas bandas do Boachá, existiu um comerciante prá lá de honesto. O homem era proprietário de uma bitaca, onde comercializava querozene, farinhas, frutas, tubérculos, verduras e outros produtos industrializados também. Seu comércio era bem frequentado, porque, além das variedades dos produtos nas prateleiras, servia uma cachaça de boa qualidade e o pedaço de toucinho de barriga defumado era brinde da casa. Sua balança era bem rudimentar, mas, uma coisa que ele fazia questão era de pesar, vender o produto e admirar o freguês tomar o rumo de casa com o produto "pesado" e bem pesado.
Depois de décadas a fio no comérico, um dia foi surpreendido por uma madame, chiquerésima, cheia de pulseiras, colares, brincos, baton de cor forte e de veste colorida - parecia a famosa mula de cigano - a reclamar das bananas que o marido havia comprado ali e levado para casa.
A madame abriu a sacola e mostrou para o comerciante e freguêses, que se acotovelavam próximo do balcão de madeira de lei, pencas de bananas. O problema que numa das pencas tinha uma fruta da espécie caturra, pela metade, um corte fino de faca afiada. Ouvida a reclamação, o maior comerciante do Boachá, passou suas explicações a todos e a madame saiu agradecida, boquiaberta e até mesmo convencida. O marido dela, da mula de cigano, havia comprado 3 quilos de bananas e, pesando novamento o produto sob os olhares dos presentes, viu-se que o peso estava correto : 3 quilos. Em sequida a explicação de que todo produto ali vendido era pesado à vista do freguês e bem pesado, portanto, a banana cortada ao meio era para completar o peso exato da compra, nem mais, nem menos.

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