quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Conversa de Buteco

Feriado de finados, um encontro de amigos num Buteco, após visitação em túmulos de entes queridos por uns, confissão de outros alegando pavor de cemitério, afirmando ter feito algumas preces por "almas". Blá...blá...blá à parte, entre estalar de línguas, após "beiçar" uma pinga, o assunto girou em torno do futebol.
Alí se encontravam Atleticanos e Cruzeirenses, que tiravam sarros, uns aos outros, afinal o Fluminense havia conseguido a façanha - estando na lanterna do brasileirão - ter desbancado o Galo no Maracanã e a Raposa em pleno Mineirão e, de virada. Desculpas esfarrapadas e gozações foram os alvos preferidos dos butequeiros.
Entre uma boa pinga e louras geladas, foi servido aos presentes uma porção de jereba (*) e os mais gulosos abiscoitaram mais de uma especiaria da casa. Um desses personagens, após repetir a dose da iguaria - jereba - ao "bocá-la" percebeu um fiapo de cabelo de aproximados trinta centímetros. Calmamente desenrolou o fiapo da jereba e perguntou ao dono do estabelecimento se o fio de cabelo era dele ou da mãe, que acabara chegar ao recinto. Outro frequentador assíduo do Buteco, quiçá pensionista, interveio na conversa e imediatamente respondeu: "não é cabelo, aqui serve jereba que já vem acompanhada do fio dental..."
Controvérsias à parte, o papo continuou e teve gente que reclamou que a jereba dele foi servdida desacompanhada do fio dental.

Jereba (*) Tradicional bolinho de carne servido como tira gosto em vários Butecos, que, na realidade, em sua composição não leva carne - pão dormido (se é que exista pão acordado), leite, ovos (para dar liga) e bastante temperos (principalmente tempero verde).

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