Esquecendo de que? Ah, lembrei, a caminho da padaria, achei estranho um cachorro enorme, pelos negros bem viscoso, abastecendo o carro de uma madame, charmoso e atencioso ao ponto de agradecer a gorjeta recebida. Olhei para os lados e continuei, mais adiante, um casal de cachorro, claro, estava debaixo de uma camioneta, eles todos exibidos, acredito que acabaram de sair de um pet shop, trocavam carícias, faziam sexo e os gemidos eram notados pelos transeuntes. Que cidade estranha, pensei bem alto e continuei em passadas largas até chegar na pracinha, onde perto do banco maldito - maior noticiário sócio-econômico-afetivo e desportivo do planeta - viam se jogadores de cartas, uns no truco, outros no canastrão, outros mais abusados trabalhavam uma caixeta valendo uns trocados, que logo avistando um policial, transformava-se a mesa num pif..sem maldadades, truco e outras.
No banco estava uma cadela marronzada deitada e sem modos, a mostrar suas genitálias, como a provocar um cãozinho malhado que passava em frente. "O gerente do banco" estava de pé na roda que se formava ali mesmo, afinal o banco estava ocupado, enquanto o papo rolava, todos atentos ao cruzamento das ruas, onde um cão trjando boné, colete sinalizava para os motoristas, controlando com garbo o tráfego de veículos, carros pesados, motocicleas, carroças, bicicletas e pedestre. Mundo cão e ele bem ali, o cão controlando o trânsito. Abandonei a rodinha e atravessei a rua, direção ao banco, precisava acessar a maquininha caça niqueis e pegar uns trocados para saldar os compromissos assumidos, claro pagar o que é devido é muito bom. Quase não esranhei um cão bem forte, malhado e outro branco com algumas pintas, todos elegantes com coletes à prova de balas, quepes, fardados ao melhor estilo, controlando o fluxo de clientes e guardando a agência.
Sai ainda meio tonto com a cachorrada mandando ver, alcancei o jardim e ainda tive tempo de prestar atenção num cão jardineiro cuidar com zelo das flores, regar as folhagens úmidas do sereno da madrugada, mais adiante tropiquei no calçamento mal feito, reformado com desprezo e com o tombo acordei...lembrando daquele refrãozinho idiota..."quem trupica também cai..."
O bom que tropiquei e na verdade não cai, acordei assustado e sorrindo, porque sonhar é bom, sonhei, foi estranho mas foi um sonho, agora refaço o mesmo caminho e vejo cachorros pelos cantos, porém, não estão ocupando as vagas de nossos trabalhadores, seria um castigo logo agora, afinal ontem foi comemorado o dia do trabalhador e eu que sonhei ser essa cidade a cidade do cachorro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário