quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A batalha das emissoras para transmitir o campeonato brasileiro

CLUBE DOS 13: UMA VERDADEIRA GUERRA DE INTERESSES E AUDIÊNCIA

O clube dos 13 foi criado com o intuito de defender os direitos comerciais e políticos dos clubes de futebol brasileiro. Posteriormente a sua criação, foram aceitos mais sete times, totalizando 20 equipes, divididos em cotas maiores e menores, de acordo com a mobilização de torcedores (audiência) de cada agremiação.

Nas negociações para a renovação de contrato de transmissão do triênio 2012 a 2014, alguns clubes como o Corinthians e Flamengo bateram o pé, não concordando com o modo como as tais negociações estavam sendo conduzidas pelo Clube dos 13. A insatisfação foi tão grande que se formou um imbróglio que nunca tinha antes acontecido na entidade, que está a um fio de se implodir.

Em declarações aos veículos de imprensa, o presidente corinthiano, Andrés Sanchez, argumenta que como Corinthians e Flamengo tem maior torcida e consequentemente maior procura por seus jogos, portanto estes clubes deveriam ganhar uma fatia ainda maior dos direitos de transmissão , ideia que é acompanhada pela presidenta flamenguista, Patricia Amorim.

Nestas idas e vindas, Sanchez anunciou o rompimento do C13, alegando que a partir de agora, o Timão iria negociar os seus direitos de transmissão com qualquer emissora e por conta própria. A ideia foi bem aceita não só pelo Flamengo, mas também pelo Fluminense, Botafogo e Vasco, que já adiantaram que também vão negociar seus direitos de transmissão por conta própria, mas no entanto ainda não se desligaram da entidade oficialmente.

Por sua vez, em reportagem apurada pela Folha de São Paulo, A Globo disse que não enviaria uma proposta oficial ao clube dos 13 e não participaria da licitação para transmissão de jogos na TV aberta para o próximo triênio. Já a Record imediatamente disse que enviaria uma proposta para concorrer a tal licitação da Tv aberta.

Entretanto, o que está escancarado nos bastidores, é que a Globo usa de toda a sua força, para fazer pressão em cima da CBF, para que se esvazie ou que se acabe com o Clube dos 13, já que com isso, a emissora carioca acredita que mesmo que outro veículo de comunicação vença a licitação, este não teria o retorno publicitário adequado e nem conseguiria vencê-la em audiência, assim não afetando sua grade de programação.

A Globo está usando todo o seu poderio, pois vê de perto a aproximação da Record. Para a Globo, não seria nada interessante perder o principal produto de sua programação. Para se ter noção, em 1997 pagava-se U$52milhões, enquanto atualmente, cogita-se que o valor ultrapasse os U$350 milhões para se ter essa licitação. A emissora do Jardim Botânico não quer perder o controle e ainda quer obrigar que o futebol continue sendo nos horários mais impróprios que se pode ter. Desrespeitando não só os torcedores, como os profissionais da imprensa.

O mais preocupante é que se realmente a Globo conseguir implodir o clube dos 13, vejo que poderemos começar a ter uma “Europalização” no futebol Brasileiro, no qual poucos jogos passarão na tv aberta e estes poucos, no caso, serão do eixo Rio-SP; enquanto os outros torcedores terão que se render aos pacotes de tv fechada, como o Premiere, para poder acompanhar o seu time. Afinal, o que vai mandar daqui pra frente, caso aconteça a implosão do C13 será a audiência, ou seja, o time que tem mais torcedores.

Texto de Ramon Lopes. Aguardem no site bolanobarbante.com.br


Um comentário:

Anônimo disse...

Está na hora de acabar com a hegemonia da Globo. A Record tem que bater de frente mesmo e lutar contra tal hegemonia.