terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A balança e o gordo

Um jovem franzino de nome Ronaldo, vindo do Rio de Janeiro, onde despontava nas categorias de base do São Cristovão, desembarcou em Belo Horizonte, nas mãos de um ex-jogador, também consagrado nos gramados de futebol. Ronaldo foi apresentado aos dirigentes do Cruzeiro, por Jairzinho, artilheiro que defendeu o Botafogo do Rio, seleção brasileira tri-campeã no Méxio e também o próprio Cruzeiro, campeão da Libertadores de 1976.
O menino desengonçado, dentes para fora, foi mostrando seu futebol que já começou logo de cara chamar atenção dos torcedores da Raposa.
Rapídamente, ainda bem jovem, envergou a camisa 9 celeste, fazendo grandes apresentações. Sua carreira desenrolou meteoricamente e não demorou muito despertou curiosidades de empresários europeus que vieram com malas arrebatadas de dólares (ainda não existia o Euro) e levaram o jovem talento para o PSV da Holanda. Dali foi um pulo para o milionário futebol espanhol, tendo exibido seu talento vestindo as cores de dois grandes rivais, primeiro o Barcelona, depois o Real. Uma carreira difícil, viveu às turras com as contusões que ele driblava com categoria, como se estive driblando um adversário. Fez história ainda, nas grandes agremiações italianas, Milan e Inter.
Na seleção brasileira, foi um show à parte, com 18 anos por completar, assistiu do banco e participou alguns minutos de uma partida no ano em que o Brasil conquistou o Tetra. Comandou o time canarinho no penta-campeonato e se transformou no maior artilheiro das copas. Foi um mistério na copa realizada na França...passou mal, o Brasil não se entendeu em campo...perdeu feio para os franceses que levaram o título - talvez agora fora dos gramados, um dia...ele abra a boca e mata a curiosidades de milhões de brasileiros que ainda desejam saber o que de fato aconteceu naquele dia-
Sua humildade preferiu esconder de todos o problema de saúde - na tireóide - que o fez perder a guerra contra a balança e, ainda assim, com o nome ajudou o Corinthians levantar malas de dólares.
Se despediu, chorou como criança. Claro, não fosse o peso, poderia ainda desfrutar da profissão por mais algum tempo e alegrar todos desportistas.
O que importa é que Ronaldo se transformou no FENÔMENO e não foi por acaso, foi pelo talento, pela luta nos gramados, na luta contra sérias contusões. Valeu Ronaldo, o peso do seu corpo não será capaz de verter o braço da balança quando se colocar o talento, o fenomenal Ronaldo do outro lado. Valeu mesmo Ronaldo!

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